Hábitos são dificílimos de serem mudados. Há hábitos pessoais, familiares e sociais que se cristalizam durante anos e depois que estes se tornam impróprios perante uma nova ordem social, despendem muito trabalho para serem dissolvidos e transformados.
A recente conscientização sobre o destino do lixo produzido bate de frente com a questão de mudança de costumes.
Durante anos as famílias tinham somente um lixo em casa, era um único recipiente que recebia restos de comidas, embalagens de todas as naturezas e detritos com papel higiênico e fralda descartável. Não havia a preocupação sobre o destino deste lixo, como ele era conduzido pela cidade e forma que findava na natureza, ou melhor, no próprio local de convívio.
No entanto, a partir da década de 70 empresas e instituições governamentais começaram a se preocupar com a quantidade de lixo gerada e pelo seu destino. Temos assim quase 40 anos de pesquisas químicas sobre os produtos depois que viram lixo, investimentos privados em alertas sobre a condição do agente químico formador do produto ou de sua embalem, estudos psicossociais sobre como o ser humano deve se comportar com o seu próprio lixo e ações públicas e privadas na coleta e reaproveitamento dos detritos gerados.
Muito bem!
Porém chegamos ao fim desta década, estamos em 2016!, com muitos indivíduos sem a mínima mudança com referência ao lixo que produzem. Esta realidade é de fácil constatação. Basta perceber em seu ciclo de amizades e família quem realiza a coleta seletiva doméstica, ou quantos condomínios e residências em ruas possuem um sistema de arrecadamento dos detritos recicláveis. Ou mesmo quem mora em roça, qual é atitude perante o lixo.
Verá que muito se fala, mas poucos colocam em prática esta realidade. Vemos ainda grupos extremamente resistentes à questão da reciclagem. E não é uma questão de educação ou nível sócio econômico. Os teimosos parecem surdos aos apelos expostos perante as circunstâncias críticas que nossa sociedade se encontra e se encontrará no futuro muito próximo.
Não é preciso ir muito longe para recordarmos como somos congelados para mudanças, no Brasil o uso do cinto nos automóveis não era obrigatório, motoristas diversos viajavam sós ou até com crianças sem a mínima segurança, e quando a lei foi instituída e seguiu sob pena de multa, muitos ainda não a colocaram em prática. Depois de cerrada campanha social e de indivíduos conectados a nova ordem, hoje temos o costume de colocar o cinto independente de represálias, o colocamos por que é certo, é seguro para nós e para os outros. Ainda não temos a totalidade usando o cinto, mas já percebemos a mudança de hábito.
Primeiros passos
Os primeiros passos para uma mudança devem ser suaves, nada radicais, assim a nova ordem se torna possível aos poucos.
O lixo em casa pode ser separado inicialmente como orgânicos e secos. Daí você já verá uma diferença na forma que os detritos são organizados. O primeiro impacto positivo será a limpeza: pó de café, restos de arroz, carne e feijão não serão mais misturados com garrafas pet, latas, ou recipientes de produto de limpeza. Outra coisa boa, perceberá o tanto que se produz detritos somente com embalagens!
Outra ação tranqüila: ao chegar do supermercado, no momento da arrumação, coloque embalagens recicláveis no lixo seco, e em um segundo passo, descarte embalagens desnecessárias como a caixinha da pasta de dente.
Depois de convencer quem vive ao seu lado que separar o lixo é algo importante para a vida nos dias de hoje, pode-se mais tarde, entender como o condomínio ou a sua cidade coletam o lixo e ainda verificar que embalagens são recicláveis e menos nocivas para a vida, natureza e a toda sobrevivência aqui neste canto de terra que é o nosso planeta.
Bom, deixo a dica de um site muito legal sobre seleção e reciclagem de lixo, e fico aqui na esperança que alguém comece amanhã a separar o seu próprio detrito. Afinal o seu lixo é o meu também e vice-versa.
Visite lá: www.recicloteca.org.br